segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O AMANHÃ QUE TEIMA EM NÃO CHEGAR...







Dormem inseguras
as pedras da calçada...
rugem leões indistintos,
que vagueiam pela madrugada...
ao largo barcos impossíveis miram o cais...

as velas o que sussurram ao vento,
fazem cair a lágrima que vagueia
no olho da sereia...
à onda que se escapa e trás desmaiada
uma espuma sem brilho,
grita o velho do mar... porque raio
te pari eu ó arrasto se não me trazes pão!?...


Vejo luzes mais a norte,
mas não distingo
se mão amiga trás a vela...
Corro e pergunto à ceifeira,
que namora ás escondidas o trigo,
ao orvalho meio tardio...
se quem vem, virá por bem...


Um orgasmo já sem cor e depois um sei lá...
rompe o negrume daquele céu...
como se mais nada restasse
se não o mecanismo incessante
de um breu a seguir ao outro... sem sal, sem mel...


Deixo-os amando o nada, percebi-os...
quem vier, que feche a porta...


mais vale o dia, que ás claras namora nos umbrais...
a noite já não é de fiar, range entre dentes,
milhões de solidões, que acabam sendo fatais!


Vale à memória, o espelho de água que reflecte a lua...
vale aos amantes, uma noite escrita nas páginas
de um livro qualquer...


Por mim,
prefiro ser pássaro, e voar rasante
pelos salões do tempo, lançando no espaço
um grito estridente, não sei se de admiração...
ou de dor pungente.


Espero intermitente... o amanhã...

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